🔴 Contém spoilers da primeira temporada 🔴
Criada por Raphael Montes e Ilana Casoy, a segunda temporada de Bom dia, Verônica retoma a história apresentada na primeira temporada, porém, de uma forma mais “Game of Thrones”. Isso porque a cada episódio há uma morte significante para Verônica e em certos momentos é possível se questionar se ao final da temporada irá sobrar alguém relevante para a terceira e última temporada.
Outro ponto é que desta vez a produção não se inspirou em uma obra literária, como aconteceu na temporada anterior. Será que o resultado foi satisfatório para o público?
Contexto da segunda temporada
Verônica (Tainá Müller) está de volta com mais sangue nos olhos. A sua intenção é descobrir quem é a cabeça por trás de toda a Máfia que comandava o Orfanato Cosme e Damião e que agora comanda um novo Orfanato, responsável por treinar e inserir jovens corruptos em lugares de poder, sob a falsa promessa de uma vida melhor. Enquanto tenta descobrir quem está no comando, um rastro de sangue se extende por onde Verônica percorre, e a cada passo fica mais complicado manter a sua família de fora daquela realidade.
Em paralelo, o telespector conhece a história de Matias Cordeiro (Reynaldo Gianecchini), uma espécie de pastor que diz curar as pessoas com base em sua fé, e das personagens Gisele (Camila Márdila) e Ângela (Klara Castanho). Uma família um tanto peculiar, que não se sabe ao certo qual o problema que os cerca, mas a atuação de Klara Castanho deixa subentendido desde o início que algo de estranho acontece naquela casa, mesmo que nem a personagem dela saiba ao certo “o que”.
Consegue ser tão boa quanto a primeira?
Apesar de se manter no gênero suspense policial e ter uma pegada violenta ao tratar com propriedade temas sensíveis de uma forma crua e sem rodeios, Bom dia, Verônica não segue a mesma linha pesada da primeira temporada. Mesmo com um desenrolar mais arrastado, a temporada anterior se apega muito mais ao suspense, sem perder o interesse de quem está sentado no sofá. Já a atual temporada é mais dinâmica, muitos fatos surgem e se encerram no mesmo episódio, podendo até ser considerado um roteiro um tanto preguiçoso por não dar as tantas voltas e gerar tanta tensão quanto a primeira temporada.
Inclusive, é possível dizer que faltaram mais momentos de climax, tensões e situações em que as coisas não fossem resolvidas com sucesso, que demorassem mais a ter um desfecho, ao invés de ser simples. Não entendam mal, os desfechos são satisfatórios, mas o telespectador acaba tendo pouco tempo de criar teorias sobre certas situações, porque a resposta já é jogada na tela logo em seguida. E por se tratar de uma série de suspense, a parte de criar teorias é o melhor momento.
Como qualquer outra produção, Bom dia, Verônica tem seus furos de roteiros, como logo no começo do primeiro episódio que se inicia uma perseguição infundada, pois ninguém sabia da onde tinha vindo o tiro e Verônica decide fugir de moto exatamente na direção onde os carros estão saindo. Só que esses furos não diminuem o quão boa é a série e todos os acontecimentos. Mesmo os que tem soluções rápidas, são bem amarrados e bem fundamentados, não há nenhuma resolução do nada.
Portanto, a segunda temporada de Bom Dia, Verônica é mais linear, sem grandes picos de tensão ou baixas que gerem momentos monótonos. Tem episódios dinâmicos e mantém muito bem o telespectador sempre querendo mais e mais. Diferente da temporada anterior, que se inspirou no livro do autor Raphael Montes para criar a série, o público nesta nova temporada não teve um livro para se basear e comparar ambos os trabalhos. Então, olhando por esse lado, pode-se dizer que a segunda temporada está melhor que a primeira e o resultado foi sim satisfatório.
Nossa nota: ⭐⭐⭐⭐ / Onde assistir: NETFLIX
Assista ao trailer:
Por: Bianca Nunes
Bom Dia, Verônica: Diferenças Entre o Livro e a Série
Bom Dia, Verônica tem um enredo instigante e impossível de parar de ler