Resenha – Cada criador tem a criatura que merece

Em Cada criador tem a criatura que merece, Zé Tonho mora na cidade fictícia Quentúme, no Brasil, marcada pela corrupção, pela descaso dos gestores públicos e o calor extremo. O rapaz de 22 anos consegue a oportunidade de trabalhar como porteiro no prédio administrado pela sua irmã, Jéssica, após estar quase seis meses desempregado. Contudo, quando Zé está a caminho do futuro emprego algo surpreendente acontece.

Um véu gigante desce aos céus, separando o Brasil do resto do mundo. A mesma coisa acontece com os demais países do globo. Ninguém pode sair ou entrar no “domo” através do céu, da terra ou do mar. Para piorar, não é possível receber notícias do resto do mundo. O início de Cada criador tem a criatura que merece lembra de fato a obra de Stephen King, Sob a redoma. Porém, o leitor percebe que a proposta é bem diferente a partir do encontro de Zé Tonho com um anjo da guarda.

Autor independente, 2019.

Publicado em 2019 de forma independe por Johnatan Gomes, a obra nacional traz o jeitinho de ser peculiar do brasileiro. O autor desabafa sobre um país abandonado por seus governantes e manchado pela corrupção. O livro é um recado de que o Brasil precisa mudar em diversas esferas.

A explicação dada para o surgimento da barreira translúcida e a premissa é bem construída para um livro de 78 páginas. O humor ácido de Johnatan Gomes atrai o leitor e provoca uma reflexão sobre a política brasileira e o futuro do país. Entretanto, o pessimismo do autor carrega a história para um final sem esperanças, pelo menos foi a sensação que eu tive.

Tanto foi dito e feito, mas no epílogo a obra encerra de maneira pessimista. O sentimento que fica ao terminar a leitura é de que nunca haverá uma paz eterna no mundo e que as mudanças realizadas no livro envolvem mentiras e injustiças. Johnatan Gomes reafirma até o final a ideia de que cada criador tem a criatura que merece. Para entender melhor a frase você precisa ler este livro!

“Lembre-se que o futuro está nas mãos de cada um de vocês, humanos. Sete bilhões de pessoas devem fazer o trabalho em conjunto. Vivam de maneira correta, se respeitam ao máximo e respeitem o planeta Terra ainda mais.”

Por: Ana Fernandes